Das casas tradicionais das nossas aldeias emergem imagens de um passado ainda bem presente na memória de muitos pampilhosenses. As casas de xisto, integradas na paisagem, eram construídas numa lógica de adaptação ao meio, normalmente de dois pisos, com espaços destinados aos animais e às alfaias agrícolas, no rés-do-chão, e à vida doméstica, no primeiro andar.
A cozinha era o espaço mais importante da casa, onde se desenrolavam as relações de sociabilidade da vida familiar, ordenada em redor da lareira. Ali se acendia o lume para cozinhar e para fazer o braseiro, que aquecia as frias e longas noites de inverno. Os utensílios de cozinha resumiam-se essencialmente a um parco conjunto de objetos.
Entre eles destaca-se a tradicional panela de ferro fundido, também conhecida por panela de três pés, que, colocada sobre o lume da lareira, servia para confecionar as generosas sopas com que se alimentavam no dia-a-dia os antigos povos serranos.
Como forma de partilhar memórias, o Museu Municipal selecionou como peça do mês de outubro a robusta panela de três pés que, substituída por materiais mais leves, foi deixando de desempenhar a sua função utilitária na cozinha, passando a assumir uma função meramente decorativa.
